terça-feira, 18 de agosto de 2009

Western

Quando sussuraste ao meu ouvido "adeus"... fechei os olhos e pensei:"já?!"
3 anos?
Poetizei antecipadamente as palavras da despedida e pela 1º vez apeteceu-me dizer: "não vás"... quis o argumentista mudar-me as falas à última sem avisar e depois dá nisto.... balbucinei umas palavras sem lógica...como se a lógica alguma vez tivesse feito parte deste filme.

E aí está, sem lógica nenhuma ficámos ali...parados...sem dizer palavras, naquele hall despido de nadas à espera de tudo... de um final feliz talvez... merecíamos, depois de tanta cowboiada, com coices e tudo!

Não consigo falar. Ficava bem, mas ainda não consigo dizer-te que quero que sejas muito feliz...primeiro quero ser feliz eu, e só aí é que podes ser também ... antes de mim é que não! Perfeito perfeito era se fossemos ao mesmo tempo...tipo..1, 2, 3 "ESTAMOS FELIZES"...

É nesta parte que percebo que o argumento começa a ficar infantil, é melhor apressar as despedidas!
Sinto-te o sal na pele...também te está a custar... podiamos ter mudado a história do filme...mas o público terminou as pipocas e já se começou a levantar das cadeiras...o melhor mesmo é seguirmos o guião de final fraquito, eu para a direita, tu para a esquerda ...sobrou-nos a seguranças das certezas.

A critica permeia-nos com 3 estrelas... acham que temos uma sinopse pouco apelativa. "Os mocinhos deviam ficar juntos no final.", comentam.

Também acho...Para a próxima escrevo eu, e quero ganhar o Óscar.

domingo, 9 de agosto de 2009

hÁ vidas Fod...

É do conforto do meu sofá que escrevo sobre... Albina: a que nada tem.

Vive num buraco a que chama ... casa. Um buraco onde faltam janelas, chuveiro, banheira...tudo...vive assim desde sempre ... habituou-se , por isso não se queixa ... só das dores nas pernas.

Passa os dias a fintar a solidão, com idas rápidas ao café do lado e a ver a TV, que uma antiga patroa (que comprou um plasma) lhe deu , porque ocupava muito espaço lá em casa.

Trabalhou toda a vida a servir os outros. Sobreviveu à morte prematura do marido, que morreu há 50 e tal anos (ela tinha 30 e 3 crianças minúsculas) e à de uma filha...roubou-a um cancro.

Recebe 300 euros de reforma que com gigantesco esforço divide entre a fármacia, a renda (35 €!!!), luz, água, telefone ... ao décimo dia do mês já não tem dinheiro. Sobrevive aos restantes 20 com as sobras dos outros ... dos que ainda se vão lembrando dela de quando em quando e lhe dão o que já não querem.

Tem 85 anos!!! O que mais queria (diz entre mil "se pudesse ser", "se faz favor", "muito obrigada ") era "uma casinha melhor"... para tomar banho em condições ( normalmente usa uma bacia!!! (inenarrável))

Porra, chegar a esta idade e não ter alcançado o descanso com que supostamente nos deve premiar a velhice, ninguém merece!!!

domingo, 14 de junho de 2009

Virtual

Agora que voltaste, como é que vai ser?!

Habituei-me de tal maneira à tua ausência, que agora acho que só sei o que é gostar de ti quando não estás por perto!


Desde que foste embora (e não me quiseste levar contigo), passei a depender total e obsessivamente de e-mails ,de telefonemas,de mensagens, de blogs e de fotografias...
(De tal maneira que cheguei a pensar que afinal era apaixonada pelo meu computador!)

Sem me aperceber, esqueci -te as formas, o cheiro, a pele, as emoções, o toque...!!! Achava que sabia isso tudo de cor... caramba... como me arrependo de não ter guardado tudo isso numa caixinha para ir lá, várias vezes ao dia, matar saudades de nós ... talvez agora ainda te reconhecesse de olhos fechados.

Desde que foste embora aprendi a fazer sozinha tudo aquilo que faziamos juntos, a ir sem companhia aos sítios onde iamos os dois, a pôr um só prato na mesa enquanto preparava o jantar e a dormir à larga numa cama que antes me parecia tão apertadinha.
De passar tanto tempo comigo descobri que tenho um sinal no peito e vários na barriga e que gosto muito de andar a pé enquanto ouço música. Lembrei-me que adoro receber flores, que adoro noitadas e festas, e que não consigo viver longe do mar.

Habituei-me de tal maneira a mim própria que já não consigo dispensar a minha companhia.

E TU?! Sim TU? Achas bem voltar assim de repente?? Tal como tinhamos combinado !!!

domingo, 29 de março de 2009

Os jovens portugueses estudam, tiram pós-graduações que lhes garantem um emprego, compram casa, viajam, têm filhos, envelhecem. Certo? ERRADO...
Os jovens portugueses não arranjam trabalho, o salário, quando há , é incerto, vivem por isso com os pais muito para lá dos 30 ; adiam a paternidade e , se pudessem, já agora a doença, porque um falso recibo verde não dá direito a baixa médica.

in pública

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Chuva

As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudade
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir

São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder

Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera

Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

domingo, 25 de janeiro de 2009

sábado, 17 de janeiro de 2009

domingo, 11 de janeiro de 2009

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Bora

Convoquei as palavras que existem no dicionário para uma pequena conferência...
Queria escrever sobre ti, (em geito de homenagem) mas não conseguia decidir por onde começar. Não que seja difícil descrever-te, mas porque não é nada fácil traduzir-te:

Gostas do cheiro da relva acabada de cortar,
de cafés recessos com cheiro a presunto.
Do sol a queimar a cara atráves do vidro do carro
e adoras o 500 que passa na marginal.
É tão fácil gostar de ti!!!

Não gostas nada de poemas traduzidos (dizes que perdem a essência),
de esperar plo sinal verde na passadeira,
dos dias cinzentos.
Não gostas de pessoas intelectualmente arrogantes
nem de gente mal disposta.

Mas adoras gente.
Gente que fala, gente que ri, gente que conta histórias e gente que mal sabe falar.
Gostas destas e de outra gentes.

Não gostas da desarrumação, talvez por seres interiormente desorganizado,
nem de procurar lugar para estacionar e talvez por isso nunca compraste um carro.

Gostas de ter razão...Não gostas de dizer...não

Não fazes economia nos gestos e esbracejas sempre que falas.
Fazes rir, e sorrir, espalhas alegrias e tens remédio para todos os males.
Gostas de atenção!!! (Precisas disso para compensar a falta de amor que sentes por ti mesmo) mas não logo pla manhã, altura em que estás de mau humor.

Gostas de festas, de música (embora confundas os cantores e as letras)
gostas de ler (mas esqueces os nomes dos autores)
e de filmes (mesmo não sabendo quem são as actores)
Trazes energia e boa disposição. Fazes falta mesmo quando estás presente!!!

-"E logo agora que nos habituaste a TI, é que vais embora?!?! "

Argumentas com a necessidade de te encontrares num sítio onde nunca te perdeste...

Acho que te percebo...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Voltas

Tu. Já foste o centro do mundo. De alguns mundos. Quando decidiste transferir esse previlégio provocaste alguns estragos. Recuperáveis, felizmente! E sem saberes (ou quereres) ... tiraste um peso que me deixou leve. Tão mais eu ...esmagada pla responsabilidade de nos fazer felizes.
Porque a memória é traiçoeira acabo por não me lembrar. De nada. Concretamente.Tenho sombras. Ideias. Lembro principalmente sentimentos, mas esses não têm forma!
Hoje ainda não consigo (ou quero) classificar. Não que haja necessariamente um pior ou um melhor. Há um "houve", ponto... um "houve" ligeiramente fustigado, hoje com feridas ainda por cicatrizar. Admito que de ambas as partes.
Já não idealizo reencontros,
nem mudanças.
nem projectos irrealizáveis há muito tempo.
Já não ando só no teu mundo, que tanto te custa deixar, descobri que há mais. Andava totalmente adormecida!
Já comecei a fazer as coisas que fui adiando também por tua causa.
Pode ter sido pouco, ou por pouco, mas foi melhor assim... plo menos, para já, é melhor assim...um desencontro.
Se soubesses o bem que me faz não querer que gostes de mim como dantes...