sexta-feira, 7 de março de 2014

Tenho medo que as minhas lembranças, tal como a vida, me preguem uma rasteira e me façam esquecer das palavras que levaste contigo da última vez que te vi...tenho já tantas saudades tuas minha querida. Queria dizer-te tantas coisas... tenho a certeza que te susurrei ao ouvido tudo o que gostaria que tu soubesses mas... pudesse eu dizer-tas ainda mais vezes, vezes e vezes sem fim....ADORO-TE MÃE.

Porto, 28 de Fevereiro de 2014

Faz hoje precisamente 33 anos que nos conhecemos, que nos vimos pela primeira vez e em que soubemos que éramos uma da outra.
Nessa altura sofreste para que eu pudesse viver, hoje sou eu que sofro para te ver a partir para uma nova vida.

Ainda não saíste de perto de mim e já tenho o coração cheio de saudades. Fui tão feliz perto de ti que esta troca de dimensões ainda me deixa perdida. Ajuda-me Mãe a encontrar-te a cada passo que dou, em cada decisão que tomo, em cada gesto que faço.

Faltam-me as palavras para te descrever, e mesmo que fosse boa com elas nunca seriam suficientes para te prestar a devida homenagem.

A doença não te poupou nem foi piedosa contigo, mas nunca te tirou o sorriso, a candura, a genuinidade e o amor. Foste uma guerreira e isso mudou-me. Não fui eu quem foi forte, foste tu que nunca me
deixaste querer desistir de ti.
Foste tão generosa comigo, poupaste-me tantas vezes para não me preocupares, que tudo o que fizemos por ti foi pouco. Foste tão generosa que me deixaste os melhores dos irmãos e escolheste para nós o melhor Pai do mundo.

É um verdadeiro previlégio e uma honra ser tua filha.

E se há 5 meses me dissessem que a nossa luta e a nossa história acabariam desta forma, eu voltava, sem hesitar, a fazer tudo outra vez só pelo prazer de ter vivido cada segundo mais ao teu lado.

Adoro-te
Até já